Saturday, 23 July 2016

Cinco mil milhões para quem? Plano do governo para a CGD, não é credível


BCE diz que Caixa não precisa de cinco mil milhões de euros
23/7/2016 "Expresso" 
O jornal "Expresso" noticia que técnicos do BCE consideram "não credível" 
o plano elaborado por António Domingues 
e que inclui a injecção de cinco mil milhões de euros. 
O valor é demasiado elevado, diz o BCE.

O Banco Central Europeu (BCE) e o Banco de Portugal 
não compreendem as razões de um aumento de capital 
de cinco mil milhões na Caixa Geral de Depósitos (CGD). 
O valor da injecção de capital proposta por António Domingues, 
o futuro líder da Caixa, 
é considerado demasiado elevado 
e acima das necessidades reais do banco. 
A análise consta de um relatório da Joint Supervisory Team
uma equipa que junta peritos do BCE 
e especialistas do Banco de Portugal.

A análise ao plano de reestruturação que consta deste documento 
é ainda preliminar, mas alinha já um conjunto de críticas. 
Além do montante total em causa, 
a equipa de peritos questiona o valor previsto para as dotações provisionais 
(2,8 mil milhões de euros). 
No entender dos especialistas, 
a Caixa compara bem com os concorrentes de mercado 
em muitos indicadores e as garantias que tem para cobrir 
os créditos concedidos são razoáveis.

Também o valor alocado à resolução de problemas 
com fundos imobiliários e reestruturação de empresas (600 milhões de euros) 
é considerado descabido. 
Segundo o Expresso, 
o documento é particularmente duro neste ponto, 
frisando que os cálculos foram feitos 
com base em valores do mercado espanhol 
e que o plano não passa de um powerpoint da McKinsey 
com informação pouco detalhada.

A própria estratégia de reestruturação da força de trabalho 
é vista como sendo irrealista. 
O plano da Caixa inclui 500 milhões de euros 
para reduzir o número de colaboradores em 31%, 
o equivalente a cerca de 2.600 pessoas a menos.

O número de administradores escolhidos por António Domingues 
para a sua equipa é considerado excessivo. 
Em vez dos 19, os peritos querem reduzir a equipa a 15 nomes. 
E não vêem com bons olhos que muitos dos elementos 
venham da anterior equipa do BPI.

Apesar destas críticas, 
confrontado pelo Expresso, o Ministério das Finanças 
garantiu que 
“neste momento, as duas instituições reconhecem 
como credível o plano apresentado”.



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