Monday, 2 May 2016

A grande farsa. E a catástrofe anunciada - José Manuel Fernandes

A culpa é de TODOS menos do Primeiro Ministro da Geringonça, socialista-comunista

Temos um Governo que diz uma coisa em Bruxelas e outra aos portugueses, 
 que promete à DBRS o que ilude aos parceiros da geringonça. 
Mas que já tem "narrativa" para tudo: a culpa é sempre dos outros.

O Ministério da Educação se transformou numa agência dos sindicatos, 
e o ministro numa espécie de clone de Mário Nogueira. 
Desde o tempo de Mário Sottomayor Cardia, no I Governo constitucional, 
que isto não acontecia. 
A obra de destruição em curso vai custar-nos muito caro, 
mas isso não parece incomodar António Costa.

Entretanto começa a acontecer o que tinha de acontecer: 
a realidade deixou de ser apenas Bruxelas 
para ser também a de uma economia portuguesa que, 
desde as eleições e da percepção de que teríamos um Governo 
dependente da esquerda radical, se começou a retrair e a arrefecer. 
O que se está a passar no mercado de trabalho é especialmente elucidativo: 
entre Novembro e Março desapareceram 20 mil postos de trabalho.

Quando comparamos com Março de 2015, 
vemos que há mais 12 mil postos de trabalho, 
o que corresponde a uma enorme desaceleração da criação de emprego: 
comparando 2015 (o ano do “crescimento fictício”) com 2014, 
 verificamos que, Março sobre Março, 
o ganho em postos de trabalho era de 54 mil; 
e que em Novembro, últimos mês da anterior maioria, 
o ganho sobre o ano anterior era de 60 mil empregos. 
O que mostra que se alguma coisa aconteceu à economia portuguesa 
que possa ter prejudicado o emprego, 
aconteceu depois deste Governo estar em funções, não antes.

Na verdade o investimento praticamente parou 
no último trimestre de 2015, quando a geringonça começou a tomar forma, 
e não recuperou no primeiro trimestre deste ano. 
O investimento público também está a cair para níveis historicamente baixos, 
contrariando o discurso (e as promessas) de Costa, de Catarina e de Jerónimo. 
E a aposta no consumo, com o “mais dinheiro nos bolsos das famílias” 
que verdadeiramente não se materializou, 
também não parece ter sido fórmula de sucesso: 
o indicador de confiança do consumidores estagnou em Março 
e não teve evolução positiva que se visse desde a tomada de posse do Governo. 
O que não surpreende por, escreve o INE no mesmo relatório relativo a Março, 
 “as expectativas relativas à evolução da situação financeira do agregado familiar 
agravaram-se ligeiramente em Março, 
suspendendo a trajectória ascendente observada desde o início de 2013”.

É um resultado que nos posiciona muito mal 
quando comparamos com o resto da Europa, 
como se vê neste gráfico do Financial Times:

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 Ups!, não era bem isto que estava prevista, 
não era isto que Centeno tinha planeado, 
não era com isto que todos os Galambas deste planeta 
nos tinham vindo a encher os ouvidos. 
Vamos ver os resultados do crescimento no primeiro trimestre, 
que serão conhecidos nos próximos dias, 
mas as previsões são sombrias: as previsões andam pouca acima de 1%, 
o que nos coloca na cauda da Europa 
como mostra este gráfico do mesmo Financial Times:

Screen Shot 2016-05-01 at 18.51.29 
Isto depois de Portugal ter registado, no agregado de 2014 e 2015
 – sob a tenebrosa liderança do anterior Governo – 
um crescimento acima da média da euro-zona:

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Mas há mais, e continuam a ser más notícias para Portugal 
– más notícias associadas a este novo ciclo político. 
É que, mesmo tendo em conta o que se foi dizendo às agências rating 
para evitar uma situação ainda pior, a verdade é que os mercados
 – os “malditos” mercados – 
já dão sinais claros de desconfiança, 
o que tem pesado sobre os juros que pagamos 
de cada vez que refinanciamos a dívida nos mercados. 
A evolução comparada da percepção de risco de Portugal 
nos três primeiros meses deste ano 
não podia ser mais eloquente de como a geringonça nos está a sair cara:

Screen Shot 2016-05-01 at 19.03.10A obsessão de desfazer as reformas que vinham detrás 
não podia ter bom resultado no clima económico, 
o dinheiro não regressa ao bolso dos portugueses 
quando o que se “dá” por um lado se tira pelo outros 
e nenhuma confiança é possível num país que passou pelo que passou 
e desconfia de milagres 
– mesmo sendo um país excessivamente dependente do Estado, 
Portugal não é um país de tolos nem de desmemoriados, 
está bem presente na memória colectiva 
onde nos levaram as promessas de fartura e a orgia do endividamento. 

Resta pois à maioria ir, como se costuma dizer, 
“empurrando os problemas com a barriga” – 
e barriga é, ao menos, algo que não falta ao primeiro-ministro.



 Já vimos este filme ANTES!!

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