Monday, 8 February 2016

A Dona Austeridade:As notícias sobre a minha morte eram orçamentalmente exageradas

Mário Centeno, Ministro das Finanças

Quando tudo passou a ser cor de rosa e não cor de laranja
e se abriu um novo ciclo, aparentemente folgado 
e não apertado, 
eis que a austeridade apareceu para nos lembrar 
que ninguém está a salvo. 
Porque enquanto houver buracos, 
bancos e banqueiros maltrapilhos, 
especulações, corrupções 
e esquemas que consigam derreter €40 mil milhões, 
ela vai continuar por aí
E não há ginásticas mentais ou orçamentais, 
comunicados, linguagens técnicas 
e técnicas de retórica que a escondam. 
Nem à direita. Nem à esquerda. 
Nem ao centro.

Baralhar e voltar a dar. 
Por exemplo, o Público faz manchete com os condutores que 
"vão pagar mais 580 milhões este ano", 
Jornal de Notícias titula que 
"as gorduras do Estado aumentam 912 milhões de euros", 
e o jornal i 
fala das despesas dos gabinetes governamentais 
que disparam para 58 milhões".

Resumindo as coisas, 
Diário Económico diz que este é 
um Orçamento de compromisso
para tentar agarrar os parceiros da coligação 
e as exigências da CE, 
feito com "um pacote de austeridade com efeito incerto". 
Para o Jornal de Negócios
chegou o tempo da "nova austeridade".
Perguntaram a Mário Centeno 
se a redução do horário de trabalho 
de 40 para 35 horas semanais na função pública 
tinha pernas para andar. 
E Centeno respondeu que não podia responder 
porque tinha de esperar para perceber se isso 
implicava o aumento das despesas. 
Mas houve quem decidisse não esperar. 
No dia seguinte, 
já com a entrevista do Expresso lida e digerida, 
António Costa, 
que é o chefe de Centeno, 
desdisse o seu ministro das finanças: 
não se preocupem, minhas gentes, 
o prometido é devido, 
as 35 horas de trabalho 
vão começar a 1 de julho

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