Monday, 8 February 2016

A ideologia - o programa eleitoral esquecido. Quem TANTO prometeu, tantas contas feitas, QUE VERGONHA!!


O que foi feito das contas todos feitos ANTES das eleições? 

Do grupo de 12 economistas a quem o PS pediu para traçar o cenário macroeconómico do seu programa eleitoral, saíram, até agora, os três principais ministros das áreas económicas; dois secretários de Estado; um assessor económico do primeiro-ministro; e ainda dois dos deputados com mais destaque na Comissão de Orçamento e Finanças.
Além de terem sido decisivos na definição do programa com que o partido concorreu às eleições, é inquestionável a influência que estes economistas têm agora na condução da política económica do Governo. 
Mas o que aconteceu com este documento tão perfeito, tão bom, que prometia a virar da página a austeridade, e colocar Portugal num caminho da prosperidade, sem austeridade, sem preocupações financeiras, revertendo TUDO o que o PSD/CDS  "estragou, roubou, aos portugueses?"
Onde esta estes valores agora? Perdido em Brusselas?, nos acordos com os marxistas, troikistas?
A principais mudanças
Nas negociações com a esquerda:
  • Os cortes salariais na função pública vão desaparecer mais depressa
  • A redução da sobretaxa do IRS é acelerada
  • Só os trabalhadores com salários abaixo de 600 euros passariam a pagar menos TSU
  • Desaparece a intenção de cortar a TSU paga pelas empresas
  • O despedimento conciliatório é eliminado do programa do Governo
Nas negociações com Bruxelas:
  • Foram introduzidos novos impostos que aumentam a tributação sobre os combustíveis, as compras de veículos, o tabaco ou o acesso ao crédito ao consumo
  • O corte da TSU para os trabalhadores com salários inferiores a 600 euros foi afinal adiado
  • Será recuperada a regra que apenas permite a entrada de um trabalhador por cada dois que deixam o Estado

Nós temos é um Governo que começa com um programa eleitoral irrealista
que vende uma série de ilusões, um esboço que teve várias revisões 
e mudanças e quem o dizia era o Conselho de Finanças Públicas 
e a UTAO [Unidade Técnica de Apoio Orçamental]. 
Agora chegamos a um Orçamento que é mais uma revisão
 bastante diferente do ponto inicial, 
com muitas mudanças 
e o que mais nos preocupa não só são riscos 
de incumprimentos importantes 
como o que lá está é muito contraditório.


Um orçamento que passa em Bruxelas é absolutamente o mínimo, 
faz parte da normalidade. 
O Governo, que apresenta um esboço orçamental como aquele, 
tão irrealista e que tem de ser muito mudado, parte derrotado. 
Quando se chega ao fim, nada bate certo. 
Quanto aos rendimentos devolve uma parte a alguns, 
pede por outro lado, pede à classe média e às empresas. 
Dá por um lado e tira pelo outro. 

É um Orçamento que castiga as empresas e a economia, 
não vai acelerar o crescimento, não vai criar emprego 
e é muito pior no investimento. 
Não faz a consolidação orçamental como deve. 
Revendo tudo, pondo em causa quase tudo o que disse antes, 
e apresentando uma manta de retalhos, 
mostra um Governo sem rumo. 
Este percurso do Governo socialista é de cedência em cedência em cedência. 
Criar estas novelas de divergência, de confrontação, 
chegando ao fim com a credibilidade afectada, 
porque teve que se mudar todos os números, todas as previsões, 
com uma estratégia que não bate certo, 
isso é uma coisa muito pouco adulta. 
Não é boa para o país.
O aumento da carga fiscal de mais de 1200 milhões de euros 
que é pago por todos. 
O aumento nas famílias, na classe média 
e nas empresas não financeiras 
é brutal.

Um é fazer um exercício que continua com falta de credibilidade 
e com riscos de crescimento, que coloca em causa a atracção de investimento. 
O outro, é saber se vamos ter um país mais rico, mais próspero, 
com mais emprego. Nós hoje sabemos que não. 
Não somos só nós a dizer. 
A própria revisão dos números do Governo diz isso, 
que o crescimento não acelera, 
que o crescimento do emprego desacelera, 
que as exportações desaceleram, 
que a diminuição do desemprego desacelera.


Erro e eleitoralismo teria sido eliminar a sobretaxa, 
sem que houvesse condições para isso. 
Isso foi o filme que nós vimos em 2009, ano de eleições, 
com José Sócrates a tomar uma série de medidas 
de aumento de rendimentos que não eram sustentáveis 
e que em dois anos deram um estoiro. 
A pergunta é se este orçamento não é feito a pensar em eleições, 
para ganhar eleitoralmente 
e borrifar-se no país.


As escolhas são completamente contraditórias. 
Devolve-se rendimentos e a seguir vai-se pedir. 
Diz que se quer fazer crescer a economia mas castiga-se as empresas com impostos, reduzem-se os incentivos ao investimento, 
designadamente do IRC, 
a consolidação orçamental tem muitos riscos 
e é feita pelo lado da receita. 
Não há rumo. 
A única coisa que vemos é que se está a criar uma ilusão 
de facilidade e de irrealismo. 
Parece que a única preocupação é uma sedução eleitoral 
sem querer saber sobre os efeitos de longo prazo.


Querer pôr o interesse eleitoral à frente dos interesses do país 
é uma coisa típica do PS. 
António Costa, que era número dois do PS que fez isso em 2009 e 2010, 
está a voltar a aplicar a mesma receita. 
Como é que os partidos de esquerda se vão entender é com eles. 
São eles os únicos responsáveis por este orçamento, 
pelas metas que ele tem e pelos resultados que vai alcançar.


Temos um governo com outra maioria. 
É uma maioria que tem um preço e nós percebemos o preço. 
Este aumento inesperado de impostos e este castigo à economia 
e ao emprego que o orçamento traz 
é o preço que o país está a pagar 
pelos acordos de esquerda que foram celebrados.






No comments: