Friday, 12 February 2016

Mercados não dão tréguas: juros sobem pelo sétimo dia consecutivo

Mariana Adam e Alexandre Frade Batista
As 'yields' portuguesas estão a agravar numa altura 
em que os juros de outros periféricos aliviam. 
Ao contrário do que Costa esperava 
mercados não acalmaram após a reunião do Eurogrupo.

Os juros da dívida soberana de Portugal arrancaram 
esta sexta-feira com um ligeiro alívio, 
mas rapidamente regressaram às subidas. 
Ao contrário do que se regista com as 'yields' de Espanha, Itália e Grécia, 
em Portugal, tal como Alemanha e França, 
os juros em mercado secundário estão a subir em todas as frentes 
e na maturidade a 10 anos 
já bateram nos 4,4%, seguindo agora nos 4,175%.


Os juros da dívida nacional tiveram ontem 
a maior subida desde Julho de 2013 e a 'yield' a 10 anos fechou nos 4,107%. 
Esta semana está a ser a mais gravosa para os juros das obrigações soberanas 
em mercado secundário desde Maio de 2012. 
Há já sete sessões que os investidores não dão uma trégua 
às obrigações soberanas nacionais, a maior série desde final de 2012.

Outra das maturidades sob especial pressão nos últimos dias 
é a de dois anos, que fechou Janeiro nos 0,359% e segue hoje nos 1,621%, 
segundo os dados da Bloomberg. 
Nesta semana regista-se um agravamento de 120,9 pontos base, 
valor mais elevado desde a semana da "demissão irrevogável" de Paulo Portas, 
em Julho de 2013.


António Costa disse ontem acreditar que a posição do Eurogrupo 
sobre o Orçamento do Estado, 
iria trazer calma aos mercados, 
mas isso não aconteceu no mercado secundário de dívida, 
apesar de o ministro das Finanças ter garantido 
que vai preparar um novo pacote de medidas adicionais 
para cumprir o Pacto de Estabilidade e Crescimento.

Noutra mensagem do Governo, a ministra da Presidência, Maria Marques, 
assegurou que a subida das ‘yields’ das obrigações 
não está relacionada com o orçamento, 
até porque o documento “foi aprovado pela Comissão Europeia”, 
pelo que “isto é apenas uma coincidência temporal”, 
disse Maria Marques, 
em mais uma declaração oficial citada pela agência internacional. 
O Governo está a olhar “atentamente para esta situação, 
que obviamente nos preocupa e deverá preocupar o resto da zona euro, 
e em particular os países mais afectados por esta instabilidade”, 
disse a governante.

Já no mercado bolsista a sessão é de recuperação, 
embora Lisboa registe aos ganhos mais tímidos da Europa. 
O PSI 20 avança 0,7% 
enquanto Milão ganha 2,63% e Madrid 1,25%. 
As incertezas dos investidores em relação à consolidação orçamental 
estão na base da agitação dos mercados. 
Ontem Portugal regressou às bocas do mundo 
por causa desta pressão no mercados internacionais. 



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