Mercados não dão tréguas: juros sobem pelo sétimo dia consecutivo
Mariana Adam e Alexandre Frade Batista
As 'yields' portuguesas estão a agravar numa altura
em que os juros de outros periféricos aliviam.
Ao contrário do que Costa esperava
mercados não acalmaram após a reunião do Eurogrupo.
Os juros da dívida soberana de Portugal arrancaram
esta sexta-feira com um ligeiro alívio,
mas rapidamente regressaram às subidas.
Ao contrário do que se regista com as 'yields' de Espanha, Itália e Grécia,
em Portugal, tal como Alemanha e França,
os juros em mercado secundário estão a subir em todas as frentes
e na maturidade a 10 anos
já bateram nos 4,4%, seguindo agora nos 4,175%.
Os juros da dívida nacional tiveram ontem
a maior subida desde Julho de 2013 e a 'yield' a 10 anos fechou nos 4,107%.
Esta semana está a ser a mais gravosa para os juros das obrigações soberanas
em mercado secundário desde Maio de 2012.
Há já sete sessões que os investidores não dão uma trégua
às obrigações soberanas nacionais, a maior série desde final de 2012.
Outra das maturidades sob especial pressão nos últimos dias
é a de dois anos, que fechou Janeiro nos 0,359% e segue hoje nos 1,621%,
segundo os dados da Bloomberg.
Nesta semana regista-se um agravamento de 120,9 pontos base,
valor mais elevado desde a semana da "demissão irrevogável" de Paulo Portas,
em Julho de 2013.
António Costa disse ontem acreditar que a posição do Eurogrupo
sobre o Orçamento do Estado,
iria trazer calma aos mercados,
mas isso não aconteceu no mercado secundário de dívida,
apesar de o ministro das Finanças ter garantido
que vai preparar um novo pacote de medidas adicionais
para cumprir o Pacto de Estabilidade e Crescimento.
Noutra mensagem do Governo, a ministra da Presidência, Maria Marques,
assegurou que a subida das ‘yields’ das obrigações
não está relacionada com o orçamento,
até porque o documento “foi aprovado pela Comissão Europeia”,
pelo que “isto é apenas uma coincidência temporal”,
disse Maria Marques,
em mais uma declaração oficial citada pela agência internacional.
O Governo está a olhar “atentamente para esta situação,
que obviamente nos preocupa e deverá preocupar o resto da zona euro,
e em particular os países mais afectados por esta instabilidade”,
disse a governante.
Já no mercado bolsista a sessão é de recuperação,
embora Lisboa registe aos ganhos mais tímidos da Europa.
O PSI 20 avança 0,7%
enquanto Milão ganha 2,63% e Madrid 1,25%.
As incertezas dos investidores em relação à consolidação orçamental
estão na base da agitação dos mercados.
Ontem Portugal regressou às bocas do mundo
por causa desta pressão no mercados internacionais.
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