Sunday, 6 November 2016

A Caixa Gera de Depósitos - a factura de há dez anos chegou das aventuras financeiras do José Sócrates e da Armando Vara





                                                    Armando Vara                   José Sócrates



Há precisamente 10 anos, a Caixa Geral de Depósitos,
recebeu ordens políticos para entrar numa aventura industrial luso-espanhola.
Investimentos e créditos dados dentro do comportamento de risco. 
Mas hoje chegou a factura!

A Caixa Geral de Depósitos arrisca perder mais de 900 milhões de euros.

Decisões de investimento e de financiamento quando José Sócrates era primeiro 
ministro com dois socialistas à frente do banco: Carlos Santos Ferreira 
e Armando Vara, o seu vice-presidente.

A dimensão dos prejuízos são enormes!

Mostra ainda as ligações intrincadas entre alguns gestores, 
e a política, que fizeram a história da CGD
entre 2000 e 2011.

A empresa espanhola La Seda (que produzia poliéster termo plástico
para fabricar garrafas e outros produtos em plástico) e a das 
empresas portuguesas Selenis (accionista da La Seda e fabricante de plásticos),
Artlant (a fornecedora da La Seda) e Barbosa Almeida (accionista).

Empresas com estratégias diferentes que se cruzam num dado momento,
entre 2006 e 2010.
No meio, como pivó, esteve sempre a Caixa Geral de Depósitos.

O banco que foi ao mesmo tempo: 

1) financiador da La Seda, da Artlant, 
da Selenis e da Barbosa e Almeida; 

2) investidor da La Seda e da Artlant;

3) e promotor do projecto que iria revitalizar 
o complexo de Sines.
     
A La Seda, a Artlant e a Selenis, 

que chegou a deter 24% da empresa catalã, 

integram a lista dos grandes devedores da Caixa.



Mas, estão INSOLVENTES!

La Seda pediu a proteção contra devedores.

A Artlant está ao abrigo de um plano especial de revitalização (PER),

A Selenis (hoje Júpiter) declarou-se falida.


A dimensão da exposição da Caixa a este núcleo empresarial não é igual: 

1) na La Seda investiu 121,3 milhões de euros e deu financiamentos de 75 milhões;

2) na Artlant aplicou 25 milhões de euros e reclama créditos de 520 milhões;

3) à Selenis (do grupo Matos Gil) emprestou 165 milhões de euros.

Dez anos depois de realizar o primeiro de vários investimentos na esfera empresarial
da espanhola La Seda, a Caixa, o banco público, arrisca perdas (em dívida e capital)
superiores a 900 milhões de euros, ou seja, quase 22% do esforço público (4100 milhões)
de recapitalização que vai ser feito na Caixa (de 5200 milhões).

O mais ruinoso foi os mais de mil milhões que a Caixa emprestou a vários accionistas 
do BCP para, em 2007, entrarem na guerra de poder da instituição concorrente.

Para além reflectir eventuais erros de avaliação, 
o caso La Seda e as suas derivações expõe de forma crua 
os comportamentos de risco comuns a toda a banca durante a década passada.

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