Monday, 21 March 2016

Toda solidariedade ao Wikileaks - Vídeo. O passado voltou para atacar Lula

Quando rebentou o escândalo Wikileaks, 
Lula da Silva elogiou Julian Assange 
por ter divulgado informações confidenciais. 
O vídeo com essas frases está agora a ser usado contra o ex-governante.




Enquanto os brasileiros assistem atónitos ao desenrolar 
da novela político-jurídica em que o país se viu envolvido nas últimas semanas, 
o passado parece não querer deixar Lula da Silva em paz e volta agora para o atormentar. 
“Quando um rico rouba, vira ministro” 
foi uma das frases mais repetidas durante a semana passada, 
mas não foi a única que os comentadores e internautas brasileiros foram buscar 
ao baú das memórias. 
“O culpado não é quem divulgou. O culpado é quem escreveu”, 
disse Lula em 2010, quando rebentou o caso Wikileaks, 
apontando o dedo aos responsáveis políticos dos Estados Unidos 
que se tinham deixado apanhar na teia de Julian Assange.

“Se ele leu, é porque alguém escreveu”, afirmou Lula na altura, 
num discurso que ficou registado em vídeo.

O vídeo foi agora recuperado por Augusto Nunes, colunista da revista Veja, 
que nos seus textos deixa clara a pouca simpatia que tem pelo ex-presidente do Brasil. 
“O culpado não é quem divulgou, o culpado é quem escreveu. 
Portanto, ao invés de culpar quem divulgou, culpem quem escreveu a bobagem, 
porque senão não teria o escândalo que tem”, 
dizia Lula da Silva, criticando a detenção de Julian Assange 
e a passividade com que os meios de comunicação lidaram com o caso.

“Troque ‘bobagem’ por ‘conspiração criminosa’, 
‘tramóia contra o Estado Democrático de Direito’, ‘coisa de bandido’, 
algo assim ─ 
e o vídeo se transforma numa manifestação 
de apoio ao fim do sigilo das conversas grampeadas [escutadas] pela Polícia Federal”, 
escreve Augusto Nunes, 
que não é meigo nas palavras restantes. 
“Graças à divulgação do falatório grampeado, 
o Brasil pôde ver de perto o modus operandi, a alma safada, 
o vocabulário repulsivo, a cabeça deformada e o caráter obsceno 
dos quadrilheiros envolvidos 
no maior esquema corrupto de todos os tempos”, lê-se.

Na semana passada, depois de ter aceitado integrar o governo de Dilma Rousseff
- ganhando assim o chamado foro jurídico privilegiado
 que atira um possível julgamento por corrupção para o Supremo 
e não para um tribunal de primeira instância –, 
Lula viu algumas escutas telefónicas de conversas 
entre ele e a Dilma a serem divulgadas na imprensa brasileira. 
Foi o investigador principal do caso Lava Jato, 
Sérgio Moro, 
que tornou essas escutas públicas.

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