Pedro Passo Coelho, Primeiro Ministro eleito com mais de 38% dos eleitores,
mas deposto pela coligação negativa não-eleita de socialistas e radicais comunistas
O presidente do PSD classifica a proposta de Orçamento do Estado
para 2016 (OE 2016) como um documento provisório
e da única responsabilidade da “maioria socialista, bloquista, comunista e verde”,
no encerramento do debate parlamentar na generalidade.
“A proposta orçamental passou então de expansionista a restritiva,
nova palavra socialista para designar austeridade.
Mas uma austeridade melhor, dizem,
já que tem a marca socialista, bloquista, comunista e verde.
E, como sabemos, para a nova maioria, verde, comunista, bloquista e socialista,
o seu orçamento só pode ser ideologicamente melhor
e mais puro do que qualquer outra coisa que já tenha existido",
afirmou Passos Coelho.
Para o ex-primeiro-ministro, o documento,
a ser viabilizado por PS, BE, PCP e PEV, com a abstenção do PAN
e os votos contra de PSD e CDS-PP,
"está ainda longe de conhecer a sua última versão,
mas é apresentado como sendo o princípio do tempo novo
que se quer viver no país".
"Este orçamento é mau e um presente envenenado para o país",
disse Passos Coelho,
justificando assim o voto contra do partido que lidera.
A discussão do OE 2016 começou segunda-feira
e será votado ainda esta terça-feira.
O documento será depois analisado
e discutido pelos deputados na especialidade,
com debates marcados para 10, 14 e 15 de Março
e a sua votação final global em 16 de Março.
Embora o CDS tenha anunciado que irá fazer propostas
de melhoria do Orçamento,
Pedro Passos Coelho diz que o PSD não o fará,
uma vez que se trata de um documento sem “arranjo possível”.
O unificador irónico
Passos Coelho acusou ainda o seu sucessor na chefia do Governo
de fazer ataques pessoais e utilizá-lo como “elemento de agregação e união”
e “factor de estabilidade”
da nova maioria de esquerda.
Passo lamentou, que “estas obsessões” impeçam António Costa
de fazer o seu caminho com a “elevação e a dignidade" esperada.
"Julga que acusando, insinuando, denegrindo o seu antecessor,
resolve o seu problema de poder ser visto como quem usurpa
o que não conseguiu conquistar por direito próprio e de poder, afinal,
ter ficado apenas com uma réplica da verdadeira fonte de autoridade
que precisa de destruir e aniquilar para que a falsificação não seja notada",
afirmou o presidente do PSD.
Passos Coelho referia-se a declarações anteriores de Costa
no sentido de elementos do PSD terem,
alegadamente, movido "influências poderosíssimas, pelo menos em Bruxelas,
para deixar ficar mal o Governo português e Portugal",
segundo descreveu o próprio líder social-democrata,
bem como das acusações de o anterior Executivo
ter levado a cabo um "suposto embuste", junto das instituições europeias,
"no âmbito da classificação de medidas de natureza temporária
como tendo efeito estrutural".
"Fica-me, com alguma ironia, permita-me,
a satisfação de verificar que parece que, juntamente com o ‘passismo’
– que não sabia existir e o senhor pretendeu ontem criar –,
sou involuntariamente um factor relevante de estabilidade
para o Governo de Portugal",
continuou Passos Coelho.
Segundo o anterior líder da coligação PSD/CDS-PP,
"apesar de estar na oposição, a cada debate que passa,
percebe-se que uma ambição que não tinha
se vem reflectindo na situação política do país".
"Estou, desproporcionada, imerecida e ironicamente,
a transformar-me no principal elemento de agregação e união
da curiosa diversidade partidária da maioria que o sustenta", afirmou.
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