
Sentiu-se ignorado, o mui nobre Lello. Até aqui tudo bem. Uma reacção normal. Eu também acho josé lello um parolo pouco abrangente na maioria das intervenções que faz e daí não vem mal ao mundo. Há tantos. Só na AR dava para fazer uma comissão permanente de acompanhamento aos parolos residentes. E sou igualmente capaz de escrever o que penso no Facebook. Acho-o boçal não raras vezes e irritante quase sempre. Pronto, é a vida.
A democracia é assim. Eu posso ter a opinião que me apetecer, sou criminoso por isso? E José Lello será algum criminoso por achar que o presidente é foleiro? Não, obviamente que não.
Mas ao mesmo tempo também não tem culpa que a incapacidade de se manifestar
sem insultar os que o rodeiam, principalmente quem tem opiniões contrárias às suas, a tal boçalidade que emerge numa clara inadaptação à crítica, o impeçam de entender que a responsabilidade que tem deveria ser impeditiva por si só de o fazer. O Facebook de um responsável político não é a Cufra com uns amigos e umas garrafas pelo meio.
Pelo contrário, José Lello parece fazer questão de viver embrulhado no manto da arrogância, uma espécie de rei sem trono ou título, que parece fazê-lo sentir-se, sabe-se lá por que carga de granizo, num majestático e imaginário pedestal cultural, de moralidade, razão e sabedoria acima do comum dos mortais. Mesmo que estes mortais ponham um Lello, dois ou três no bolso pequenino das calças de sarja com apenas três ou quatro dizeres mal alinhavados. Para mim este pseudocaso só teve uma anormalidade pelo meio, que foi o destaque que lhe deram. Se querem ver Lello ser Lello podem vê-lo ao vivo e a cores, em horário nobre, a discorrer baboseiras e insultar quem lhe apetece. Ou é alguma novidade para a comunicação social?
PS: peço desde já desculpa a José Lello por escrever o que penso. Que o considero boçal, parolo, irritante etc. Mas é a verdade. E a liberdade é isto, certo? Convive bem com a liberdade de expressão ou não? Ou é só no Facebook quando se dirige Presidente ou de António Nogueira Leite? Se calhar também não fui "suficientemente abrangente"...
Tiago Martins - Expresso
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